programa_27a

<13:30>

Arte digital ou o digital e a arte?
Um olhar do interior das práticas artísticas contemporâneas

Fernando José Pereira

<Resumo>
A comunicação pretende discutir as alterações introduzidas pela tecnologia digital nas práticas artísticas. Exterior a qualquer deslumbramento tecnológico, o olhar aqui desenvolvido é realizado a partir do território das práticas artísticas contemporâneas e tenta corporizar algumas hipóteses de discussão bem como alternativas de pensamento ao “cerco” imposto pela sociedade digital em que hoje vivemos aos diversos “fazeres da arte”.

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<14:15>

O Avatar como Performer

Silvestre Pestana
[em actualização]

programa_28a

<15:00>

And now for something completely different

Miguel Leal

<Resumo>
O digital está por todo o lado e tornou-se omnívoro, ao ponto de parecer não poder haver mediação fora desse quadro. Com o digital chega também uma afirmação distópica do incorpóreo e do imaterial, como se finalmente se cumprisse o velho desejo de uma mediação sem corpo nem rasto: a telepática levada ao limite. No entanto, e se afinal pensar o digital fosse pensar um regresso de toda a mediação ao corpo, à sua inscrição no corpo e a partir do corpo?

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<15:45>

Achilles and the Tortoise – 2nd Half
Experiências de curadoria à distância

João Pedro Terras

<Resumo>
Uma correspondência, uma troca de correspondência. Uma imagem, um paradoxo.
Um contacto ainda mantido, porque como diria John Donne «No man is an island, no country by itself». Entre o controlo e o descontrolo, somos controlados descontroladamente. O espaço virtual, o mundo digital é definitivamente um lugar ambíguo. Enquanto a própria realidade pretende naufragar, pretende desprender-se, no outro lugar, ambíguo e descontrolado, encontramos um espaço de comunicação.
São forma diferentes de correspondência, de trocar cartas, de trocar imagens, de comunicar.
Imagens viajaram pelo espaço virtual e pelo espaço real, entre a dicotomia do real e do virtual, as imagens foram chegando. E nessa chegada, apresentaram-se.
Tentando (…) entender como no futuro estas (imagens) poderão ser activas para contar uma estória diferente daquela que os tempos actuais nos fazem prever, Achilles and the Tortoise – 2nd Half, foi o segundo momento de apresentação do projecto Trails and Ways, desenvolvido por José Nibra.

José Nibra (1988) vive e trabalha entre Porto e Manchester. De momento, encontra-se a terminar uma pós-graduação em Fotografia na Manchester Metropolitan University onde realiza uma investigação em torno da acção levada a cabo pelos adeptos do United of Manchester. O projecto dobra-se sobre os limites do conto/estória, arquivo e as diferentes vidas da imagem nas práticas artísticas contemporâneas, e conta com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.
João Terras vive e trabalha entre Porto e Esposende. O segundo momento expositivo, Achilles and the Tortoise – 2nd Half , teve o seu lugar/espaço de apresentação num antigo posto da GNR, em Esposende a 29 de Julho de 2016.

 

programa_29a

<13:30>

Arquivo e conhecimento / Memória e história

Vera Santos

<Resumo>
A atividade humana, onde se inclui a arte, dispõe atualmente de variados meios digitais e no que toca a dispositivos de suporte de memória; multiplicam-se os centros de memória para os múltiplos testemunhos (mais arquivos, mais bibliotecas, mais museus, mais coleções, mais inventários, mais conservação). Tais meios acrescentam ao património, mas nem sempre ao conhecimento. Perdendo relação com o presente, perpetua-se uma memória que se vai transformando num peso morto. Se por um lado, escavamos a terra em busca de vestígios do passado, por outro, estamos soterrados pelo silêncio dos nossos antepassados próximos.

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<14:15>

The era of digital Heritage
Creating a bridge between the future and the past

Ricardo Jorge Moreira Dias

<Resumo>
A preservação e conservação patrimonial tem mais que nunca nestas últimas décadas assumido um papel crucial na salvaguarda da nossa história. O papel do historiador torna-se fundamental na forma como retratamos a cultura à nossa volta de modo a que gerações futuras, possam compreender melhor o nosso passado. Assim, tendo como base todas estas preocupações surge o projecto ReThinkHeritage. Sendo inicialmente uma dissertação de mestrado, expandiu-se para uma startup e mais tarde englobado na empresa Empatia Arqueologia – Conservação e Restauro.
Criando uma ponte entre as novas tecnologias e as várias áreas que estudam o património a ReThinkHeritage pretende demonstrar como podemos utilizar a nosso favor mecanismos que anteriormente nunca pensaríamos que fossem viáveis para a nossa área.
De tal modo apresentamos alguns casos de estudo que temos vindo a desenvolver nos últimos tempos desde a reconstituição digital em património, levantamentos fotogramétricos de talha dourada, o projecto internacional de Ulsan Bangudae, restauro de arte sacra, realidade virtual e aumentada, entre muitos outros.

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<15:00>

Capturing Tags:
Captação e organização digital de dados na Street Art e Graffiti

João António de Magalhães Mexia Kendall

<Resumo>
Desde a génese do movimento do Graffiti moderno que a questão da recolha e organização de imagens e documentação é considerada essencial, tanto pelo carácter fugaz e de permanente mudança do panorama de autores, como pelo próprio aspeto efémero das intervenções. Já com as obras de Martha Cooper e Henry Chalfant (com especial destaque para Subway Art, de 1984) há um grande foco na recolha de imagens, usando métodos fotográficos específicos; estas imagens tornam-se não só registo de peças, mas também basse de aprendizagem para outros writers.

Com esta comunicação pretendo falar sobre o impacto que o registo fotográfico digital teve na captura e organização de registos visuais, dando exemplos de organização de bases de dados; pretendo também falar sobre outros métodos digitais de captura de dados, como os projetos Graffiti Analysis de Evan Roth, que recolhe dados espacio-temporais sobre a gestualidade no graffiti, ou a forma como as plataformas, tais como a Wooster Collective, se estão a tonar os novos centros de discussão e preservação das artes de ruas, tanto a nível académico, como informal, como cultural.

Naturalmente, farei também referência aos meios utilizados nas «novas» street arts.

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<15:45>

A caminho da metaformance:
Rape Me Rape Men – estudo de um caso e suas possibilidades

Liliana Costa
& Veronica Hornyansky

<Resumo>
Nesta comunicação pretende-se lançar à discussão, não tanto os elementos que de forma conceptual instalaram a performance como objeto artístico e as transformações que esta sofreu para que lhe fosse possível integrar o mercado e a história da arte (como registo póstumo) mas fundamentalmente a metamorfose que está a percorrer dentro do domínio tecnológico com todas as suas consequências.

Herdeira da transversalidade entre formas e praticas artísticas, a performance apresenta em si um carácter premente contestatário que se estende à esfera política, social e artística. Tendo-se já percorrido muito caminho desde as décadas de 60 e 70 à qual se atribui a sua origem, continua a sua urgência, contudo transforma-se na sua forma. Neste meio cada vez mais digitalizado na sua maneira de operar, vemos a performance a integra-lo na multiplicidade de instrumentos com que opera ou mesmo na sua total virtualização.

As questões que se pretendem levantar prendem-se sobretudo com o seu depoimento na atualidade. Várias são as terminologias que lhe são possíveis. Performance digital, ciberformance, num enquadramento mais virtual, contudo parece-nos mais operativo, para o caso de estudo, o conceito de metaformance lançado por Claudia Giannetti, que abrange os diversos suportes tecnológicos, virtuais e telemáticos.

Apoiadas em quatro vetores: locus-corpo- tempo-espectador/reator passamos a abordar os seus discursos e a sua transfiguração que a carrega de um novo carácter revolucionário e empírico. O locus da performance, o seu lugar como ferramenta para a história da arte assim como o seu lugar performativo. A transformação que se opera entre corpo e a sua desumanização. O tempo da performance e a sua atitude no devir. A relação que se propõem ao sujeito espectador/reator.

Como caso de estudo, olhamos para Rape Me Rape Men, agora assumindo a forma documentada, apresentada em 2009 no Festival de Criadores Emergentes, Fundão, com a qual se pretende levantar a pertinência da sua reapresentação e as possibilidades neste modos de fazer digital.

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<16:30>

Em defesa do corpo que (deixa-se ser) afeta(do)

Priscilla Davanzo

<Resumo>
Um dos maiores frutos da relação entre um corpo e outro – entre uma pessoa e outra – é o afeto. O afeto perpassa as relações entre os corpos como um vestígio da interação entre um e outro. Os corpos podem afetar outros corpos, ideias, modos de vida, ações, contatos, relações. Numa mescla da ideia de conceitos entre afeto e afetar. Ernenek Mejía Lara (2014) defende o uso do termo “atravessar”, pensando a prática de se transformar ao se relacionar. Usa-se aqui afeto com esse mesmo significado e o caminho tem mão dupla: atravessar e ser atravessado; afetar e ser afetado. Os corpos envolvidos – não importando se são os “atores” ou os “agidos” – sempre se transformam em uma relação, qualquer ela que seja. Ao carregar esse pensamento para a arte com características interativas, esse afeto, esse atravessamento, ganham proporções outras. Peter Pal Pelbart (2007) afirma que “A verdadeira fonte de riqueza hoje é a inteligência das pessoas, é a sua criatividade, é a sua afetividade”. Daí a importância de que um dos objetivos desse tipo de obra seja exatamente o afeto. Afetar e deixar-se ser afetado.
Atravessar, mas não sem se deixar ser atravessado.

Em um mundo gerenciado pela eugenia, pelo corpo belo e perfeito mas acima de tudo por um corpo padronizado – um corpo que pode ser lido, compreendido e definido facilmente – a maior contradição, o maior conflito está exatamente no corpo “alienígena”, no corpo que está fora dessa padronização. Um corpo não-corpo. Quanto mais não-corpo, alienígena, excluído, expulso, proibido, mais esse corpo vais trazer aos outros corpos a auteridade, portanto, maior potencial de atravessamento. Mas também vai estar mais pronto para a auteridade e, por isso tem ainda maior potencial de permitir-se ser atravessado. Para além da interatividade na arte, para as relações cotidianas, vem-se a defender aqui o corpo da puta, da vadia, do sem teto, do estrangeiro, das transexuais, dos doentes, do viciado, do mendigo, do presidiário, do pichador, do refugiado, mas também o corpo negro, índio, asiático, mestiço, mesclado. O corpo ilegal, imoral, deformado, feio, sujo, nu, gordo, velho, desbocado, sem modos, mal educado, mal vestido, maltratado, malcriado, vândalo, ladrão. O corpo outro per se.

 

programa_30a

<13:30>

A sinergia multimédia: interpretação das imagens e sons

Flávio de Almeida Hobo

<Resumo>
São linguagens tão díspares, porém complementam-se naturalmente. Visão e audição são dois dos sentidos mais utilizados para transmissão de mensagens. São agentes chave nas artes: de um lado a música, do outro, linguagens artísticas como pintura e escultura, que são perceptíveis exclusivamente pela visão. No espaço entre esses extremos encontram-se as artes do palco, performances, cinema e as demais linguagens audiovisuais.
A manipulação de imagens e sons para moldar uma narrativa abstrata é um exercício interpretativo que aspira à coerência formal, auditiva e visual através de um alfabeto imaterial e subjetivo.
Como traduzir imagens em sons? Como interpretar sons em imagens? O meio é a mensagem? Planejar uma narrativa abstrata? Que técnicas utilizar? Delimitação temporal da fruição estética? Interpretar, imaginar, criar, integrar, resignificar. Gerar sinergia entre imagem e som, equilibrar técnica e estética, virtual e real, design e música na tentativa de formar uma unidade narrativa que, embora abstrata, reaja em consonância visual com o som e vice-versa.

Proponho um momento para refletir sobre o audiovisual nas artes sob um olhar específico, através da desconstrução do processo criativo de vídeos os quais criei para integrar estética, visual e narrativamente com peças musicais contemporâneas para percussão.

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<14:15>

[ W O R K S H O P ]

AZULEJO SÉC. XXI.
A IMPRESSÃO 3D COMO MEIO DE RESGATE DO PATRIMÓNIO

Filipe Daniel Sousa Granja AKA mynameisnotSEM

<Resumo>
Pode a impressão 3D salvar o mundo? Talvez não.
Poderá ser uma ferramenta com potencial para resgatar o património azulejar português
Vamos tentar descobrir!

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<15:00>

 Linha de tempo

Tânia  Dinis

<Resumo>
O arquivo de família assume um papel bastante significativo porque constrói e reúne as memórias de uma história familiar. Assim, tanto funciona como documento representando o real, como o pode ficcionar. As fotografias, diapositivos, filme, cartas e outros objectos familiares são do foro do privado, do intimo, mas quando transpostas para o domínio público, podem ser revisitadas, possibilitando novas interpretações que a própria imagem pode ocultar.

É o transporte da imaginação por identidades desconhecidas em busca de fragmentos de memórias, transportando estes arquivos para o universo da arte dialogando com o passado e o presente.

Linha de tempo – Imaginário Familiar pretende dar continuidade ao trabalho desenvolvido no Projecto-Arquivo de Família e é um trabalho que está em constante desenvolvimento; um trabalho de pesquisa e recolha de arquivos familiares; super 8mm, found footage, home movies, fotografias, diapositivos, cartas e outros objectos encontrados ou doados, que tem como objectivo resultar num conjunto de trabalhos reorganizados, revisitados, confrontados e manipulados através da montagem, implementando colagens, e fragmentos sonoros, explorando a ideia da imagem, numa experiência do tempo que passou, e do tempo que não passa, numa memoria que se expande no espaço, criando assim, pequenos momentos narrativos deslocados para outros contextos, a sua relação partilhada com o público e as suas diferentes leituras, proporcionando ao espectador um encontro familiar.

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<16:00>

[ P R O J E C Ç Ã O    C O M E N T A D A ]

THREE TALES

Steve Reich & Beryl Korot
Ópera visual digital (1998-2002)
60 min.

Comentário de Flávio de Almeida Hobo
+ sessão de debate

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<18:00>

Sessão de Encerramento

 

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